Vida de caminhoneiro

Veja os desafios que as mulheres caminhoneiras enfrentam

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Mulheres caminhoneiras sofrem preconceito diariamente nas estradas. No entanto, o que muita gente desconhece é que elas são mais cautelosas que o sexo oposto. Uma pesquisa realizada para uma campanha do Instituto Renault comprovou que 70% das ocorrências de trânsito são cometidas por homens.

Somente 15% das mulheres ultrapassam o farol amarelo, ao passo que, entre os homens, esse percentual atinge 65%. São eles, inclusive, que provocam 71% dos acidentes. Mesmo com dados comprovados, a contrariedade persiste. Isso torna a vida das motoristas de caminhão em uma disputa constante.

Por outro lado, as condutoras da boleia têm muito a oferecer ao segmento frotista. Ao superar obstáculos, é perfeitamente possível abraçar oportunidades. A seguir, vamos pontuar os desafios que elas enfrentam e compreender melhor sua atuação nas estradas. Confira!

O número de mulheres caminhoneiras no Brasil

Esse segmento de trabalho ainda é majoritariamente masculino. Segundo a pesquisa “Perfil dos Caminhoneiros 2019”, publicada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), cerca de 99,5% dos entrevistados eram homens, já as mulheres representam 0,5% da comunidade. Como são em torno de dois milhões de caminhoneiros na ativa, aproximadamente 10 mil condutoras estariam no ramo.

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Entretanto, em todo o país, há quase 180 mil mulheres aptas para dirigir esse tipo de veículo. Portanto, essa fatia de mercado tem grandes chances de aumentar em breve.

O mercado de trabalho para o público feminino

O cenário de atuação para essas profissionais está se consolidando rapidamente. Afinal, a autonomia feminina no mercado profissional não tem mais do que quatro décadas.

Muitas corporações contratam mulheres caminhoneiras para diminuir a frequência de multas. É uma economia considerável para as empresas e um sinal contra a discriminação. Mesmo em uma sociedade machista, ainda existem aqueles que valorizam o trabalho dessas condutoras de fibra e admiram a dedicação que elas têm pela profissão.

As melhores ofertas disponíveis são relacionadas ao transporte de cargas na malha rodoviária nacional. O objetivo é garantir entregas com menos ocorrências graves entre os inúmeros trechos do país. Sem contar que há, inclusive, um crescimento de viagens para países vizinhos, o que exige zelo reforçado.

Grande parte das motoristas, assim como os homens, é autônoma. Contudo, a legislação trabalhista e o interesse por diferenciação fazem com que grandes marcas ofertem contratos de fretes periódicos ou fixos. Logo, as mulheres podem tirar proveito de condições que geram maior segurança e previsibilidade.

O cotidiano atrás do volante

De início, o cotidiano das caminhoneiras é semelhante àquele enfrentado pelos homens. A finalidade principal é sempre conduzir uma carga, em segurança, de um trecho a outro. Além de assegurar a integridade das mercadorias, é necessário respeitar prazos específicos. Por isso, é preciso contar com um bom planejamento para cumprir o que foi acordado.

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A modalidade de transporte varia conforme o tipo de atuação. Existem contratos diretamente com os estabelecimentos ou transportadoras. O destino pode ser o consumidor final, um centro de distribuição ou outra unidade da empresa.

Para aproveitar as viagens de ida e volta, é comum fazer entregas de retorno. Isso permite que as condutoras faturem mais e aproveitem melhor o combustível.

Além disso, muitas mulheres têm jornada dupla, ou seja, elas também precisam saber o que acontece dentro de casa. Nesse sentido, é comum que precisem cuidar de afazeres domésticos e de filhos, demandando um sacrifício extra a essas atividades.

Os desafios do segmento

Trabalhar movimentando cargas nas estradas é uma tarefa desafiadora para ambos os sexos. Existem perigos nas vias, a necessidade de chegar antes do prazo e todo o esgotamento nas longas horas de viagem.

Contudo, grande parte das caminhoneiras vivenciam situações extras. Quando decidem subir em uma boleia, muitas sofrem desaprovação da própria família. Por ser um ofício maioritariamente masculino, ainda causa aversão em algumas pessoas o fato de que mulheres possam realizar essa tarefa.

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Por vezes, o preconceito pode afetar as ofertas de trabalho e até fazer uma profissional ser ignorada ao competir com um homem pela mesma proposta de frete.

Para complementar, é comum elas ficarem sobrecarregadas com afazeres domésticos, especialmente no cuidado com os filhos. Isso torna o afastamento, mesmo que temporário, mais difícil, o que exige uma boa dose de adaptação. Por conta disso, algumas só podem aceitar viagens mais próximas.

Para ter uma noção global dessa realidade, confira quais são os maiores percalços dessas profissionais:

  • falta de pontos de hospedagem adaptados para mulheres;
  • escassez de sanitários pelo caminho;
  • longas jornadas em uma única posição;
  • alimentação inadequada e sedentarismo;
  • falta de respeito e machismo;
  • maior propensão a assaltos, agressão física e violência sexual;
  • agressões verbais frequentes.

O porte dos caminhões

No início, a rotina pode parecer um pouco difícil, assim como qualquer outra profissão. Os caminhões não são nada frágeis e é necessário que haja um tempo de adaptação. É diferente no caso de alguns caminhoneiros, por exemplo, que desde jovens já são mais propensos a lidar com veículos maiores e robustos, principalmente devido à criação dos pais.

Enfim, superado o período de adaptação, e tendo todos os documentos em dia — carteira D e demais qualificações necessárias para cada porte de caminhão —, esse pode se tornar um universo em que qualquer uma pode vivenciar total liberdade. Seja uma carreta, seja um munck ou qualquer outro modelo de veículo, as mulheres podem fazer bonito nas estradas.

As perspectivas para o futuro

Ainda que as caminhoneiras sejam minoria, isso está prestes a mudar. Há um número gigantesco de mulheres que desejam explorar novas profissões, o que promete aumentar a representatividade de condutoras nas boleias.

O mercado também está mudando de uma forma nunca antes vista e, aos poucos, ocorre uma desestruturação machista em inúmeros pontos. A expectativa é que essa carreira receba o mesmo reconhecimento que outras funções igualmente exercidas pelo sexo feminino.

Em breve, as condutoras terão cada vez mais colegas em quem se apoiar e se inspirar. As mulheres caminhoneiras ainda são minoria, porém a atuação dessas profissionais nessa atividade é fundamental para girar a economia do país. Com a preparação adequada, torna-se mais simples enfrentar os obstáculos das rodovias e do mercado de trabalho.

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