Vida de caminhoneiro

Profissão caminhoneiro: a importância desses profissionais para economia brasileira

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A profissão caminhoneiro teve um andamento diferente em 2018, quando os profissionais do setor resolveram protestar devido às altas taxas tributárias sobre o valor do diesel em todo o país. Indispensáveis para a economia, eles transportam a maior parcela de toda a carga nacional, trafegando pelos 1,7 milhões de quilômetros de malhas rodoviárias existentes.

Quase tudo que é utilizado pela população passa por um caminhão, porém os condutores ainda sofrem com baixos salários e falta de reconhecimento em muitos aspectos.

A rotina de entrega inclui o transporte de insumos de muitas formas, tipos e tamanhos, em geral, por meses seguidos. Os ganhos variam de acordo com as condições do motorista, se é autônomo ou se presta serviço para uma empresa. Hoje, é necessário mais do que somente carteira de habilitação para se profissionalizar na área — o domínio sobre diferentes tipos de caminhões e cargas conta muito.

Quer saber um pouco mais sobre essa profissão tão essencial para o nosso país? Então, continue lendo este artigo. Nele, você vai compreender sua importância, bem como um resumo da greve de 2018 e a situação atual da categoria. Confira!

A importância da profissão caminhoneiro para o mercado e para a economia do Brasil

Segundo a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), o modal rodoviário é o segundo mais utilizado para transportes de carga do país. Para indústrias e varejos, os caminhoneiros são os grandes responsáveis pelo reabastecimento de produtos.

A falta do serviço desses profissinais traz implicações severas, especialmente para os pequenos e médios negócios. Além disso, prejudica a prestação de serviços emergenciais, como a entrega de materiais de saúde e o abastecimento de água e combustível.

O tráfego rodoviário ainda é muito eficiente, pois faz com que os pedidos cheguem no prazo estipulado. Entretanto, a má conservação de algumas estradas também é uma das principais complicações atuais enfrentadas pela categoria.

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O início da greve dos caminhoneiros

Em meados de abril de 2018, o Governo foi notificado pelos órgãos sindicais e cooperativas do segmento de transportes sobre uma possível greve nacional de caminhoneiros.

Em seguida, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) enviou um comunicado escrito (ofício) solicitando o congelamento do preço do diesel, e mostrando-se aberta para possíveis acordos. Contudo, foi ignorada.

Como as reivindicações não surtiram efeito, a confederação comunicou que a paralisação teria início na segunda-feira, dia 20 de maio, o que efetivamente ocorreu. Além disso, todos os caminhoneiros estavam se mobilizando junto com os sindicatos relacionados, por meio de aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais.

As medidas propostas pelo Governo Federal durante a greve

O presidente em exercício na época, Michel Temer, editou algumas medidas provisórias para atender às principais demandas reivindicadas pelos caminhoneiros. As MPs foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), em 27 de maio de 2018, e viraram Lei em 27 de agosto do mesmo ano. Conheça-as a seguir:

  • Lei 13.711: isenção da cobrança de pedágios para eixos suspensos de caminhões vazios, em rodovias municipais, estaduais e federais;
  • Lei 13.713: determinação para que 30% dos fretes da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) sejam ocupados por motoristas autônomos. Além disso, o valor do frete não pode ultrapassar o preço indicado pelo órgão. Contudo, o contratado deve cumprir os critérios definidos pela instituição, que é ligada ao Ministério da Agricultura.

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Como a paralisação afetou a economia

Como sabemos, grande parte do transporte de cargas é feito por caminhoneiros, especialmente os autônomos — o que representa uma boa parcela de nosso Produto Interno Bruto. Portanto, podemos concluir que, se não há transporte, não há geração e distribuição de riqueza.

Greves também afetam as exportações, pois as cargas não chegam aos portos. Foi o que ocorreu com o Porto de Santos, que teve que interromper seus serviços. Por causa disso, mercadorias brasileiras (como carnes, frutas e vegetais) deixaram de ser exportadas.

Esses prejuízos afetam muito a economia do Brasil. A soja não embarcada, por exemplo, resulta em uma perda de mais de 300 mil toneladas por dia. Isso equivale a uma receita média superior a US$ 80 milhões.

Principais desafios do setor

Mesmo com uma relevância admitida por grandes varejistas e empresários, ainda existe muito o que melhorar para a profissão caminhoneiro. Como mencionado no início deste artigo, temos 1,7 milhões de quilômetros de estradas, mas lamentavelmente apenas 12% dessas vias são pavimentadas, como aponta a Pesquisa CNT de Rodovias.

Esse fator também representa um risco elevado para os motoristas. A ausência de boas condições em nossas autopistas eleva o índice de acidentes e furtos de cargas — ocorrência que caracteriza o maior de todos os problemas, por colocar a vida do caminhoneiro em risco.

Outra questão é o valor do diesel. Atualmente, cerca de 30% do preço final do combustível são impostos, como PIS/Cofins, ICMS e CIDE, fato que foi o estopim para a paralisação de 2018.

Pode-se ainda destacar a pressão de algumas empresas para realizar entregas de curto prazo, fazendo com que o período de descanso, determinado pela legislação, não seja respeitado. Isso também afeta o desempenho, a saúde e a segurança do profissional na estrada.

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Situação atual dos caminhoneiros

Apesar de o diesel ter ficado um pouco mais barato em alguns estados após a paralisação, recentemente a Petrobras elevou seu valor em 2,5%. Com o reajuste, o litro do combustível subiu de R$ 1,85 para R$ 1,90.

Além disso, alguns motoristas afirmam que são poucas as empresas que respeitam o frete prescrito pela CONAB após o movimento. É universal o pensamento de que a greve poderia ter se estendido por uns dias, pois mais reivindicações teriam sido consideradas. Uma pequena parcela da categoria acredita que o evento tenha valido a pena.

Independentemente dos itens discutidos neste conteúdo, a profissão caminhoneiro ainda é indispensável para girar a economia do Brasil. Mesmo com um cenário instável, o segmento continua sendo bastante rentável, pois há grandes chances de conseguir fretes com bons preços.

Sem contar que, se o novo governo quiser evitar problemas, terá que concentrar esforços para atender às demandas da categoria. Afinal, se novas greves ocorrerem, prejuízos bilionários surgirão em cadeia, pois nem os cidadãos e nem os empresários querem passar por isso novamente.

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